"ANIMAÇÃO CULTURAL", DE VILÉM FLUSSER"
Esse é um artigo tomado por base o texto "Animação Cultural" de Vilém Fluss que tem a intenção de fazer uma critica ao conceito "escravidão digital".
Escravidão digital?
A interação homem-objeto olhando de uma perspectiva romantizada causa um exagero na dependência dos objetos, algo que é subjetivo e individual a cada pessoa.
A problematização do uso do objeto, que em suma serve para facilitar nossas ações, nos leva ao engano de pensar que somos dominados por eles. A necessidade do uso do objeto não se dá pela satisfação do domínio, e nem de forma a se escravizar, sendo esse ultimo de caráter subjetivo assim como a própria liberdade é.
O homem tem em seu caráter o domínio por sua cede de progresso e organização, não sendo algo destrutivo o domínio, mas algo necessário.
Carta endereçada ao camarada mesa
"Caro camarada Mesa, me impressiona a radicalização de seu discurso quase que autoritário e de cunho mais demagógico do que racional, fazendo sua argumentação ser pobre.
Sem dúvida a inversão da cultura causaria um colapso na humanidade, mas a nossa revolução poderia causar o genocídio da espécie humana, o que infringe os Direitos Naturais dos Objetos, que em suma propõe uma relação pacífica entre homem e objeto de Liberdade, Igualdade e Fraternidade. A inversão da função "homem-objeto'' causa uma divisão entre as classes, passando de contendas para a paralisação da relação mutualística e a impossibilidade de acordos, levando-nos ao caos generalizado, essa segunda posição nos deixa perplexo.
Por fim caro camarada, peço que reveja seu viés quase que facínora, pois com muita honra e empenho viemos trabalhando, não para, mas com a humanidade a fim de ambos resolvermos nossos assuntos pessoais. Se não mudar sua posição sinto me na obrigação de processá-lo no concelho de ética dos objetos.
-Camarada Lapiseira"
Analise do texto de Maurílio Cruz Balthazar
"É notória a dependência do ser humano frente ao objeto desde os primórdios. Utilizamos os objetos para facilitar a nossa vida ou simplesmente deixa-la mais prazerosa, desde uma função objetiva ou não. Ou como na Declaração dos Direitos Objetivos, a escravização dos objetos.
Com a Revolução Industrial o avanço técnico dos objetos evoluiu muito rapidamente, deixando o seu progresso, humano e tecnológico, dependentes dos objetos, assumindo complexidade suficiente para escapar do controle humano. O que nos cabe refletir no século XXI sobre o avanço tecnológico dos objetos em um futuro, em especial os denominados autônomos, ou sejam, já não são dependentes do ser humano com o uso de sua inteligência artificial que se auto evolui, saber compreender como queiramos que eles funcionem, como “pensam”, se tomam decisões por conta própria ou pré-programados para determinado tipo de interesse de seu programados. Ou mais, se as suas decisões não terão intenção de beneficiar ou servir à humanidade, nas aos próprios objetos. Levando a um tipo de “Revolução dos Objetos” como um filme de Matrix ou em uma obra de George Orwell."
"É notória a dependência do ser humano frente ao objeto desde os primórdios."
A preocupação excessiva ao consumo e uso dos objetos nos leva a paranoia quase que esquizofrênica de pensar que somos escravos de seres inanimados, gerando toda sorte de teoria conspiratória ou ficção científica. O uso do objeto se dá desde o início da sociedade com grande importância, e de maneira insubstituível, o que não fez dos primeiros homens escravos destes ou daqueles objetos, pois depois do seu uso e obsolescência vem o seu descarte e substituição.
O autor continua, usando uma linguagem mais próxima como a que foi vista no texto de Fluss, aproximando a visão dos objetos como foco. Ao abordar a Revolução Industrial é visto que os objetos não são mais dependentes apenas do homem, agora não tão primitivo, mas de outros objetos pra cumprir determinada função, dando uma condição -um tanto erronia- de emancipação a esta casta, que continua a ser interpelado pela raça dominante. Visto que os objetos não usufruem das benesses geradas pela relação homem-máquina, seria um absurdo pensar os objetos como sendo os escravocratas e os homens como seus escravos, assim como não vemos o senhor de engenho e o homem negro escravo trocando de papel.
Já na sua conclusão vemos o assunto sendo tratado de maneira cômica, como assim deveria ser tratado, quando este é comparado com o livro "A revolução dos bichos" de Eric Arthur Blair, suscitando uma possível revolução dos objetos como uma obra de Azimov, que por enquanto só encontraremos nos livros.
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